quinta-feira, dezembro 28, 2006

Mamã...

"«tens de compreender que sou homossexual, mamã, sempre fui homossexual, provavelmente quando estava na tua barriga já me estava a tornar homossexual, mas, por isso, não sou má pessoa, por isso não deixo de te amar, se ao menos pudesses compreender que não sou maricas para te chatear, para me vingar de ti, que sou homossexual porque é essa a minha natureza e porque eu não posso mudar, e por favor, não vejas a minha homossexualidade como um castigo de Deus, como uma coisa terrível, porque não é, olha-a antes como uma oportunidade para compreender melhor as pessoas, para compreender que as coisas são mais complexas do que parecem, que as coisas nem sempre são brancas ou pretas, compreende, por favor, mamã, que no fim de contas a única coisa importante é que eu também te amo, te amo muitíssimo, mas não posso deixar de ser quem sou, não posso nem quero deixar de ser quem sou, e tenho de aprender a gostar de mim e a respeitar-me e a não atraiçoar a minha orientação sexual, e a dizer às pessoas que sou homossexual sem ficar por isso corado e sem me sentir sujo, porco, má pessoa, porque não o sou, sou teu filho, amo-te muito, sou homossexual e sou boa pessoa, e, se Deus existe, Ele contar-te-á algum dia no Céu porque lhe apeteceu fazer-me homossexual.»"
Jaime Bayly

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